CLASSIFICAÇÕES DO SUJEITO

1. Sujeito simples ® É formado por apenas um núcleo, que geralmente é substantivo ou palavra substantivada.

Uma boa escola é essencial para o progresso da Nação.

                                               Núcleo

2. Sujeito composto ® É formado por dois ou mais núcleos.

Cinco pães e dois peixes foram multiplicados por Jesus.

                                           Núcleo                   Núcleo

3. Sujeito oculto ® Não está escrito na frase, mas é indicado pela terminação verbal.

“...Voltarei para Sião...” (Zc.8.3)

(Sujeito oculto “eu”)

4. Sujeito indeterminado ® É mencionado de modo vago, não sendo possível determiná-lo.

Condenaram Jesus a morrer crucificado.

(Quem condenou Jesus?)

Arrombaram o museu e levaram um famoso quadro.

(Quem arrombou o museu e levou o quadro?)

Não se vive sem perdão. (Quem não vive sem perdão?)

Precisa-se de pessoas esforçadas. (Quem precisa?)

5. Sujeito oracional ® É o sujeito em que há verbo.

É importante preservar a natureza.

            Sujeito de “é importante”

ORAÇÃO SEM SUJEITO

Há orações que se acham autossuficientes e preferem não reclamar a presença de um sujeito. Por isso mencionam ocorrências sem atribuí-las a nenhum ser. Quando isso ocorre, temos a chamada oração sem sujeito. Os verbos de tais orações chamam-se impessoais.

Vejamos agora os casos em que ocorre oração sem sujeito.

1. Com verbos que exprimem fenômenos meteorológicos: chover, ventar, trovejar, alvorecer, anoitecer, etc.

Chovia forte àquela hora e ventava impetuosamente.

Anoitece mais cedo no inverno.

                Mas veja:

“...as nuvens chovam justiça...” (Is.45.8)

(Temos aqui um uso figurado do verbo chover. Nesse caso,  passa a ser um verbo pessoal, pois tem como sujeito as nuvens.)

2. Com os verbos ser e estar quando se referem a fenômenos meteorológicos ou quando indicam data ou hora.

São cinco e meia. Está muito calor!                         

3. Com o verbo fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou ao correr do tempo.

Faz um ano que cheguei. Fazia muito frio aqui!

4. Com o verbo haver no sentido de “existir”, “ocorrer” e “acontecer”, ou de “fazer” indicando tempo.

“Se não houvesse ingratidões, como haveria finezas?” (Vieira)

Há duas semanas, estivemos viajando.

Observação: É bom lembrar que, quando há mais de um verbo numa frase, cada um deles deverá ter o seu sujeito classificado. Veja:

“E em Jerusalém havia a festa da dedicação, e era inverno.” (Jo.10.22)

(Nesse versículo, o verbo haver está no sentido de ocorrer ; o verbo ser (era) está indicando fenômeno da natureza. Temos então duas orações sem sujeito.)

“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” (Sl.122.1)

(O sujeito de alegrar-se é oculto (eu); o sujeito de disseram é indeterminado.)

           A identificação do sujeito é fundamental para se entender certas passagens que requerem uma análise mais detalhada. Veja, por exemplo, os verbos destacados na passagem abaixo.

“Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos? E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar.” (Mc.2.18-19)

           Agora, acompanhe a explicação, considerando o contexto.

·         Inicialmente, somos levados a achar que o sujeito de tais verbos é “os discípulos de João e os dos fariseus”. Se isso fosse o correto, a pergunta feita no versículo seria: “Por que nós jejuamos, e os teus discípulos não?” Isso porque os discípulos de João e os dos fariseus estariam falando de si próprios e, então, na pergunta, poderiam usar o pronome “nós”. Não é o que ocorre.

·         Também podemos achar que o sujeito de tais verbos são os próprios discípulos de Cristo. Novamente isso não procede, já que, a ser assim, a pergunta feita deveria ser: “Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuamos nós?” Aqui, da mesma forma, os discípulos estariam falando de si mesmos e igualmente poderiam usar o pronome “nós”. Isso também não é o que consta no versículo.

·         Concluímos então que o sujeito de tais verbos é indeterminado. Quem questionou Jesus não foram nem os discípulos de João, nem os dos fariseus, nem os próprios discípulos de Cristo, e sim outras pessoas cujos nomes não são citados e que não podemos identificar.

           Por ora é só.